segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Novo golpe na praça

Golpe agora é pedir cartão sem pagar
Detentos do sistema penitenciário local usam nome até de coronel da PM para encomendar crédito de telefone a entregadores, que abastecem e ficam no prejuízo
Adilson Rosa
DivulgaçãoPolícia ainda não pode mensurar número de ocorrência. Porém, diz que vem aumentando muito e pede a vítimas para denunciarem o golpeCom a saturação do “falso seqüestro por telefone celular”, organizações criminosas que agem dentro dos presídios partiram para um novo golpe que começou a ser aplicado na semana passada na Grande Cuiabá. Os bandidos ligam para uma farmácia ou distribuidora de água e gás solicitando um produto qualquer e, principalmente, uma recarga de celular pré-pago. Os criminosos combinam pagar pelos produtos e a recarga na entrega. Ao chegar no local, marcado por telefone, descobrem ter caído num golpe. As vítimas recuperam os produtos, menos o valor da recarga do celular.Somente na semana passada, a polícia teve conhecimento de cinco casos, mas o número de pessoas prejudicadas pode ser maior porque a polícia ainda não tem informações de registro de queixas.Em três casos, os criminosos usaram o nome do coronel Leovaldo Salles como sendo a pessoa que fez a encomenda. Em Várzea Grande, três farmácias foram vítimas de golpe sendo lesadas em R$ 50 cada uma, em cartões de telefone pré-pagas de diversas operadoras.Os criminosos pediram para que fossem entregues vários medicamentos que seriam pagos junto com a recarga do celular, na entrada do 4º Batalhão. Um oficial que estava no Batalhão estranhou e ligou para coronel Sales e este disse não saber de nada.Na quarta-feira de manhã, os criminosos ligaram para uma distribuidora de água e gás pedindo quatro garrafões de água e um botijão de gás que chegaram a ser levados na porta da Delegacia Metropolitana da rua Miranda Reis. Ao chegar lá, o funcionário foi informado de que tinha caído no golpe.“O pior é a recarga de R$ 30 que fiz. Vou ter que pagar do meu bolso. O restante eu levo de volta, mas o prejuízo fica comigo”, reclamou o funcionário. Na empresa, ele foi o primeiro a cair no golpe e alertou os demais.Para a polícia, não resta dúvidas de que os autores dos golpes são presos que estão nas unidades da Grande Cuiabá. Policiais da Agência Central de Inteligência (ACI) da Polícia Militar já têm uma pista. “Como as vítimas repassaram os números dos celulares, vamos monitorar esses números”, revelou um policial. “De cartão em cartão, eles fazem mais de R$ 100 em créditos em poucos dias abastecendo boa parte dos celulares em poder dos criminosos”, completou.O policial acrescentou que é muito importante as pessoas registrarem queixa, mesmo sabendo que não terão o prejuízo ressarcido. Explicou que, somente com o número real – ou aproximado - de vítimas é possível saber a dimensão da ação criminosa.O ex-comandante geral da Polícia Militar, coronel Leovaldo Salles, disse estar espantado com o uso de seu nome para enganar pessoas e acredita que o golpe esteja sendo aplicado por presidiários. “Fico surpreso com isso, mas vou adiantando que não compro fiado e também não tenho tantos celulares assim”, alertou.Um dos complicadores para as investigações é que as vítimas ainda não registraram queixa na polícia para fornecer mais detalhes. Com isso, apenas alguns policiais da ACI têm acesso aos números de celulares usados pelos criminosos para que fosse feito o crédito. Fonte: Diário de Cuiabá

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