segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Normas também são para farmácias

A restrição do financiamento de viagens, a redução da atividade dos propagandistas nos consultórios e até mesmo as novas regras para amostras grátis vieram em boa hora
A resolução traz também regras para farmácias. Uma delas proíbe que programas de fidelização de drogarias usem medicamentos como objeto de pontuação, troca, sorteios e prêmios. O diretor da Anvisa, Dirceu Raposo de Melo, acredita que a medida não terá impacto sobre o preço dos medicamentos. “E se tiver, será para baixo, porque as indústrias poderão economizar o dinheiro usado com propagandas indevidas”, afirmou. O texto aprovado pela resolução ficou três anos em discussão, foi submetido à consulta pública e, justamente por isso, Melo acredita que não haverá grandes polêmicas em torno do assunto.O diretor do Conselho Federal de Medicina, Roberto Davila, aprovou as alterações. Para ele, a restrição do financiamento de viagens, a redução da atividade dos propagandistas nos consultórios e até mesmo as novas regras para amostras grátis vieram em boa hora. “Havia muitos abusos, como médicos gratificados com viagens pela prescrição de medicamentos, distribuição de três cápsulas de determinada droga como amostra grátis para obrigar o paciente, numa outra etapa, a comprar o medicamento, evitando assim a opção pelo genérico”, completou.Davila observou que alguns dos temas abordados na resolução (como a participação de eventos) serão incluídos também numa nova versão do Código de Ética Médica, que atualmente está em fase de estudos. “Somente médicos que fizeram pesquisas com determinadas drogas deveriam ter direito a ter a passagem paga. E, mesmo assim, isso tem de ficar claro quando o profissional for apresentar o trabalho no evento. Não é nenhuma vergonha. Ao contrário. Assim é o certo.”A resolução da Anvisa cria ainda novas regras para a distribuição de amostras grátis. Medicamentos de uso contínuo e anticoncepcionais deverão ter a mesma quantidade de comprimidos, cápsulas e similares do original. Antibióticos têm que ter quantidade suficiente para um tratamento completo. Demais medicamentos devem ter 50% da quantidade registrada na Anvisa.A Febrafarma (Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica) informou que irá se posicionar a respeito da nova regulamentação quando ela for publicada. O presidente da entidade, Ciro Mortella, afirmou não ser contra uma normatização do setor, mas disse que, como não teve acesso ao texto final, ainda não pode se posicionar sobre pontos específicos.“A regulamentação da propaganda, se aplicada com bom senso, não tem problema nenhum”, disse. Fonte: Folha de Pernambuco

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