Para setor um como o farmacêutico que importa mais de 80% dos insumos que utiliza e ainda por cima tem a maior parte de seus preços controlados pelo governo, o cenário econômico atual, com a alta do dólar em decorrência da crise que se abateu sobre a economia mundial, é um motivo de grande apreensão.
"Ao longo do último ano, a indústria farmacêutica foi obrigada a absorver aumentos destes insumos, em dólar, impostos pelos seus produtores, especialmente indianos e chineses", explica o diretor-presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Carlos Alexandre Geyer."Estes foram suportados devido à valorização do real que ocorreu no período, e que amenizou seu impacto no custo de produção dos medicamentos fabricados no Brasil."
O presidente da Alanac ressalta que como a indústria farmacêutica é a única que tem preços controlados na cadeia produtiva do medicamento, fica inteiramente a mercê das circunstâncias econômicas do momento."Isto, aliado a incompreensível e absurda carga tributária suportada pelo medicamento produzido e comercializado no País - seguramente a mais alta do mundo - configura um quadro perverso tanto para o desenvolvimento da indústria nacional, quanto para o consumidor", disse Geyer.
"Acredito que em futuro próximo, o governo federal precisará rever a sua política de regulação, que deveria ser econômica, porém acaba restrita apenas ao controle de preços dos medicamentos, e a carga tributária incidente sobre estes, que como já dissemos é absurdamente elevada para a essencialidade do produto", opina Geyer.
"O momento impõe que tanto o governo quanto os representantes da cadeia produtiva farmacêutica, trabalhem juntos, visando ampliar cada vez mais o acesso aos medicamentos pela população, e impedindo a asfixia da indústria farmacêutica nacional, especialmente num cenário econômico como o atual", afirmou o presidente da associação. Fonte:DCI
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
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