segunda-feira, 23 de junho de 2008

Anvisa apreende viagra falso em MG

Uma operação realizada recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em conjunto com a Polícia Federal, resultou na apreensão de dois lotes falsificados de Viagra 50mg na cidade de Nova Ponte, em Minas Gerais. Os lotes falsos localizados foram os de números 504832218 e 60483004. A farmácia que comercializava o produto irregular foi lacrada.
Medicamentos de combate à disfunção erétil, como o Viagra, são os principais alvos das quadrilhas de falsificadores. Esses remédios têm grande saída e custam caro - o preço da cartela com dois comprimidos varia de R$ 40 a R$ 60. Por ano, esse segmento movimenta R$ 434 milhões. Esses fatores são determinantes para a enxurrada de produtos irregulares. Nos últimos dois meses, foram apreendidos dois lotes de versões falsas de Cialis 20mg, outro medicamento voltado para a disfunção erétil.
Segundo a Anvisa, em 2008 foram feitas cinco apreensões de medicamentos falsificados, todas envolvendo Cialis ou Viagra. No Brasil, mensalmente, são produzidos cerca de 2 mil comprimidos de diferentes marcas para a disfunção erétil. Estima-se que o giro do mercado da pirataria e do descaminho de produtos desse segmento seja semelhante em volume. Em uma única apreensão, no ano passado, a Polícia Federal confiscou 1.400 comprimidos de Pramil, de produção paraguaia, que tem venda proibida no Brasil.
Em 2005, a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) apreendeu 12 mil cartelas, de dez comprimidos, cada, desse mesmo produto.
Combate à PiratariaO assédio das quadrilhas de falsificadores a esse segmento tem obrigado a indústria farmacêutica a investir em tecnologia antipirataria. Para entrar, no início do ano, nesse mercado com o medicamento Helleva, o laboratório Cristália precisou buscar na Suíça e na Alemanha sistemas que impedissem sua falsificação.
A saída foi incorporar ao blister – a embalagem de alumínio com compartimentos plásticos que abrigam os comprimidos – imagens holográficas. Essas imagens aparecem em três dimensões e variam com a incidência da luz. "Não há tecnologia no Brasil para reproduzir esse efeito", diz Marcello Portela, gerente de produto do laboratório Cristália.
Além dos remédios para disfunção erétil, outros medicamentos que lideram o ranking de falsificação da Anvisa são aqueles voltados para o tratamento de câncer e do HIV (Aids). Para se prevenir desses produtos falsos, a vigilância sanitária aconselha o consumidor a comprar medicamentos apenas em farmácias com alvará de funcionamento, que costuma ser afixado próximo aos balcões de venda.
A maioria das embalagens tem sistemas que previnem a falsificação. O mais comum é a embalagem com "raspadinha" – depois de arranhada, revela o nome do fabricante. Esse sistema é difícil de ser copiado. Em geral, "raspadinhas" falsas borram e não revelam nada por baixo. A venda de medicamentos falsos resulta em multas de até R$ 1,5 milhão, e esse crime é inafiançável.
Fonte: Diário do Comércio/SP

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